Visitas Para Blogs -->

terça-feira, 19 de outubro de 2010

05.02-008


Você está no blog da CBT – Sala de Imprensa - Pitaco
INRC

Tudo sobre Blocos

Imágem e Vídeo

Biblioteca










Crônicas e Opiniões


Rua Isaac Martins, 175 – Centro (em frente a Fonte do Ribeirão) - (98)3212-8295 / (98)8129-5958 – casadobloco.slz@gmail.com
Publicado em 4/3/2011 no Caderno Alternativo (Hoje é dia...) do jornal “Estado do Maranhão”)


CARNAVAL MUNICIPAL
UBIRATAN TEIXEIRA (*)

Estão tentando empetecar a cidade para reverenciar Momo; o tradicional 1º e Único.
Depois do maranhense João Jorge ter virado carioca e mudado para Joãozinho Trinta inventando o carnaval de passarela da Marquez de Sapucaí para orgasmo orgiástico do carioca merolho (evidente que com as reservas financeiras para bancar sua orgia), muitas comunidades brasileiras foram desencaminhadas de sua cultura histórica e se jogando na vala comum do ôba-ôba de lantejoulas e vidrilhos que lamentavelmente acabou contaminando outras manifestações como a tradicional “folia” do boi/bumbá amazonense:por onde lamentavelmente fomos enveredando.
Se eu lamento o desaparecimento do carnaval de outros tempos? Sem ser conservador atávico, lamento sim. Recife e Olinda não perderam sua dignidade mantendo seus sotaques ancestrais; o Carnaval de Salvador continua o mesmo sem perder o sabor e a personalidade dos séculos passados como podemos conferir em Jorge Amado; cidades do interior mineiro continuam com suas bandinhas arrastando foliões por suas ladeiras ancestrais sem perder o sotaque d’antnho.
Tivemos um momento em nossa memória cultural que o carnaval maranhense era referência obrigatória na agenda dos agentes de viagens internacionais, que faturavam polpudas somas  a custa de nossos corsos, baralhos, batalhas de confete, entrudos, assaltos onde imperavam as burrinhas enfiadas nos seus dominós de seda lamê ou Colombinas requintadas e os fofões, criação dos pescadores do bairro do Desterro, upando em grupo pela cidade escondidos sob máscaras de massa de papel de fabricação caseira.
Perdemos nossa história, mas felizmente não perdemos nossa memória.
Um grupo de lúcidos desvairados, devidamente escorados nessa figura singular que é Euclides Moreira Neto, hoje na Presidência da Fundação Cultural do Município, trabalha desesperadamente para que, pelo menos a memória não se esvaia passado o efeito do loló. E a coisa está acontecendo a partir da “Casa do Bloco”, arquivo & museu criado com a função de preservar justamente a história do bloco tradicional maranhense, reunindo fotografias, depoimentos, acervo iconográfico, registros musicais, instrumentos, peças de vestuário, tudo que possa preservar essa manifestação cultural da comunidade maranhense em São Luís. A “Casa do Bloco”, no momento instalada num casarão colonial na rua Viana Vaz, será transferida depois do período carnavalesco para um espaço mais amplo e mais adequado no Anel Viário, em frente ao terminal rodoviário da Praia Grande, onde a Fundação Cultural da Prefeitura tem montado suas exposições de pintura. Por sinal que é até pensamento do Presidente da entidade, professor Euclides Moreira Neto, transferir  para aquele local toda a estrutura da Cultura Municipal: mais amplo, mais saudável, menos oneroso para os cofres municipais.

(*) Ubiratan Teixeira é cronista do Jornal O Estado do Maranhão e republicação desta crônica foi autorizada pelo autor.


x

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Identifique-se, comentários anônimos não serão aceitos